Coletivo Testemunho e Ação
Uma Articulação entre Psicanálise e Democracia
DOI:
https://doi.org/10.59927/sig.v13i1.100Palavras-chave:
testemunho, escuta, violência de Estado, memória coletivaResumo
O artigo propõe apresentar a constituição do Coletivo Testemunho e Ação, da Sigmund Freud Associação Psicanalítica. Marca os efeitos históricos e psíquicos da violência de Estado do passado e do presente, através do eixo histórico, político e os efeitos de alteridade na subjetividade, que enlaçam a clínica, a comunidade, as instituições e a política. Relaciona a experiência de violência de Estado que incidiu como interrupção do projeto Clínica dos Testemunhos e a constituição do Coletivo, como referência de trabalho nos eixos de memória, verdade, justiça e reparação psíquica, a partir do dispositivo do testemunho. Estuda sobre o passado político da violência do desmentido como forma de enfrentar o silenciamento que se mantém até os dias atuais, através da escuta abstinente e implicada dos testemunhos e o compromisso coletivo e público do “Nunca Mais”.
Referências
ACEITUNO, R. Restitución: la cuestión del Otro en la clínica de lo traumático. In: JORNADAS SALUD, DERECHOS HUMANOS: EFECTOS Y REPARACIÓN, 25, 26 e 27 jul. 2012, Santiago de Chile. [Inédito].
AGAMBEN, G. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: UFMG, 2010.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e Política: obras escolhidas I. São Paulo: Brasiliense, 1994.
BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Direitos Humanos. Habeas Corpus: que se apresente o corpo. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos, 2010.
BRASIL. Relatório Final Comissão Nacional da Verdade. Brasília: [s.n.], 2014.
CONTE, B. Do quintal ao mundo. Do silenciamento à cocriação. Jornal de Psicanálise, v. 56, n. 104, jan.-jun. 2023. Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
DALTOÉ, A. S. O Relatório da Comissão Estadual da Verdade de SC e a Exposição Ausenc’as de Gustavo Germano: gestos de leitura do arquivo. In: GRIGOLETTO, E.; DE NARDI, F. A análise do discurso e sua história: avanços e perspectivas. Campinas: Pontes Editores, 2016.
DALTOÉ, A. S. “Nós somos nós, o resto é o resto”: a tautologia que engendra um projeto de educação para um projeto de país. In: DALTOÉ, A.; FLORES, G.; SILVEIRA, J. Marcas da memória: o que resta da ditadura na educação brasileira? Campinas: Pontes Editores, 2022.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz & Terra, 2019.
GALEANO, Eduardo. De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso. Porto Alegre: L&PM Editores, 2009.
LEVI, P. É isto um homem? Rio de Janeiro: Rocco, 1988.
MORAES, E.; MACEDO, M. Vivência de indiferença do trauma ao ato-dor. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.
ORLANDI, E. P. Apresentação: o golpe dos militares e seu modo de dizer. In: INDURSKY, Freda. A fala dos quartéis e as outras vozes. Campinas: Unicamp, 2013.
ORLANDI, E. P. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. Campinas: Unicamp, 2007.
ORLANDI, E. P. Entrevista [realizada por E. Grigoletto e B. Mariani]. Revista da Abralin, v. 19, n 3, p. 247-268, 2020.
ORLANDI, E. P. Interpretation volatility: politics, imaginary and fantasy. Cadernos de Linguística, [S. l.], v. 2, n. 1, p. e310, 2021.
PÊCHEUX, M. As massas populares são um objeto inanimado? In: PÊCHEUX, M. Análise de discurso: Michel Pêcheux. Campinas: Pontes Editores, 2011.
PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. Campinas: Pontes Editores, 2006.
ROUSSEAUX, F. O testemunho frente aos crimes de lesa-humanidade: sujeito jurídico, sujeito do testemunho. In: CRIAÇÃO HUMANA. Clínicas do testemunho: reparação psíquica e construção de memórias. Porto Alegre: Sigmund Freud Associação Psicanalítica, 2014.
SKLIAR, C. Experiências com a palavra: notas sobre a linguagem e diferença. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.
SELLIGMANN-SILVA, M. A história como trauma. In: NESTROVSKY, A.; SELLIGMAN-SILVA, M. (Orgs.). Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000.
VIEIRA JUNIOR, I. Torto arado. São Paulo: Todavia. 2019.
VIÑAR, M. Especificidad de la tortura com trauma. El desierto humano cuando las palavras se extinguen. Psicoanálisis, v. 27, n. 1/2, p. 121-148, 2005.
Downloads
Publicado
Versões
- 24-09-2024 (2)
- 24-09-2024 (1)
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 SIG Revista de Psicanálise
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.