SIG Revista de Psicanálise
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<p>A SIG Revista de Psicanálise é a publicação científica da Sigmund Freud Associação Psicanalítica, editada regularmente desde 2012. Nos formatos impresso e online, em duas edições anuais, publica artigos teórico e teórico-clínicos, ensaios, resenhas, traduções de artigos de autores estrangeiros e entrevistas no campo psicanalítico. Publica, ainda, textos voltados à interlocução entre a psicanálise e outros campos do saber, como filosofia, literatura, história e outras áreas ligadas ao estudo crítico da sociedade e da cultura. As propostas de publicação devem ser originais e inéditas no Brasil e serão recebidas em fluxo contínuo.</p>Sigmund Freud Associação Psicanalíticapt-BRSIG Revista de Psicanálise2316-6010Entrevista com Eduardo Medeiros
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<p>A consigna deste número é: <em>Trauma, Luto e Melancolia,</em> temas que foram pensados a partir da frequência intensificada de manifestações da ordem do traumático, dos lutos, da melancolia, e até mesmo da psicose e do masoquismo na clínica atual e na cultura. Estávamos produzindo essa chamada de artigos sobre o tema quando fomos assolados pela catástrofe climática que causou enchentes e destruições no estado do Rio Grande do Sul. Como todo excesso vivido, é preciso tempo e trabalho para compreensão e elaboração, e somente à posteriori poderemos construir sentidos para o que nos foi exigido. A partir disso, pensamos em trazer para esse número uma entrevista com Eduardo Cavalcanti Medeiros.</p>Eduardo Cavalcanti Medeiros
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2024-12-092024-12-09132e2509e250910.59927/sig.v13i2.129Luto e metamorfose
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<p>O livro <em>Narciso sob tinta: fisgando o humano</em>, de autoria de Vera Lamanno-Adamo, publicado pela editora Blucher em 2023, é um livro despretensioso, que encanta o leitor, deve ser lido sem pressa, e contém algumas preciosidades. O livro reúne um conjunto de artigos da psicanalista e, apesar de tratar de diversos temas, certamente tem o luto como a questão que atravessa a obra. A autora se vale da arte, de livros, filmes e séries, além de sua experiência clínica, para o trato desta e de outras questões relevantes à psicanálise contemporânea, com destaque aos temas da escrita psicanalítica e da articulação teórica entre as diferentes escolas de psicanálise. Narciso sob tinta: fisgando o humano é um livro importante para os psicanalistas brasileiros preocupados com o futuro da psicanálise. Assim, sem dúvida, deve ser assimilado, com a devida atenção, pela psicanálise contemporânea.</p>Guilherme Franzon Berti
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2024-12-092024-12-09132e2503e250310.59927/sig.v13i2.70Pode a vagina ser recusada em 2024?
https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/72
<p>A presente resenha se propõe a divulgar a obra de Patrícia Mafra de Amorim sobre a importância da concepção de vagina e da teoria de Karen Horney. A autora recupera a relevância dessa psicanalista alemã, pertencente ao círculo de psicanalistas de segunda geração, colocando em questão a teoria falocêntrica de Freud, de forma a ser repensada e trabalhada no contexto da psicanálise contemporânea.</p>Juliana Lang Lima
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2024-12-092024-12-09132e2504e250410.59927/sig.v13i2.72Happy New Ear
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<p>Este artigo propõe uma aproximação entre a escuta psicanalítica no <em>setting</em> e a escuta musical. O <em>Happy New Ear</em> de John Cage, uma feliz nova escuta, tão livre quanto possível de ideias preconcebidas e expectativas desejantes para captar a pura novidade do presente. Ouvir como se fosse a primeira vez. Em termos de Freud, uma atitude de atenção flutuante. Em termos de Bion, uma atitude de <em>rêverie</em>, sem memória, sem desejo, sem entendimento prévio. Um desapego de si mesmo para ouvir o que há de novo.</p>Ignacio Gerber
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2024-12-112024-12-11132e2510e251010.59927/sig.v13i2.130Editorial
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<p>Este número da SIG Revista iniciou a ser pensado a partir do desejo de celebrarmos, em 2024, o centenário de importantes textos freudianos: <em>A perda da realidade na neurose e na psicose</em>, <em>O problema econômico do masoquismo</em> e <em>Neurose e psicose</em>, quando fomos assolados pela catástrofe climática que causou enchentes e destruições no estado do Rio Grande do Sul. Agregamos, então, à homenagem aos textos freudianos, outros temas pertinentes pensados a partir da frequência intensificada de manifestações da ordem do traumático, dos lutos, da melancolia e da psicose na clínica e na cultura contemporâneas.</p>Eneida Cardoso BragaLuiza Tolardo Dal ConteAndréa Bandeira Caldeira MongelóFelipe Szyszka KarasekGabriel TeitelbaumNatacha Hennemann de Oliveira Becker
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2024-12-112024-12-11132e2512e251210.59927/sig.v13i2.128O cabelo para mulheres negras de pele clara
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<p>Este trabalho busca contribuir com os estudos acerca das relações étnico-raciais em articulação ao campo psicanalítico no contexto brasileiro. Este artigo parte de uma pesquisa de dissertação em que se utilizou entrevistas com o intuito de compreender como se dá o processo de constituição da identidade e do pertencimento racial desses sujeitos. O objetivo aqui é analisar os efeitos subjetivos do racismo enquanto trauma colonial com foco nos sentidos em torno dos cabelos de mulheres negras de pele clara, bem como apontar para possíveis caminhos de reparação, aproximações com a negritude e constituição de uma identidade negra valorizada para mulheres negras de pele clara. Tornou-se possível afirmar a importância dos sentidos acerca do corpo com destaque ao cabelo no tocante às mulheres, a partir dos quais emergem cenas de racismo cotidiano enquanto estratégias para manter negros/as em posição racial estrutural de inferioridade, formando identidade alienadas aos preceitos da branquitude, fenômeno que cria barreiras à constituição de uma identidade negra positiva. Por outro lado, é também através da discursidade acerca do corpo negro, esta ligada à negritude e suas dimensões coletivas, que se torna possível a constituição de uma identidade negra valorizada.</p>Carolina da Silva Pereira
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2024-12-092024-12-09132e2501e250110.59927/sig.v13i2.119O eu e seus abalos sísmicos
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<p>Partindo de inquietações clínicas e de estímulo cinematográfico, o artigo desenvolve a metáfora geológica do abalo sísmico para discutir as contribuições de alguns autores da psicanálise contemporânea nos campos dos traumatismos capazes de abalar as estruturas e funcionamento do eu. André Green, Jean Bertrand Pontalis, Joyce McDougall e Piera Aulagnier são apresentados como psicanalistas que desenvolveram suas teorias em terrenos clínicos limites, áreas de instabilidade nas quais a estrutura do Eu estaria sujeita a maiores tremores e o estilo aproximativo clássico do psicanalista tenderia a fazer fracassar nossos esforços.</p>Berta Hoffmann Azevedo
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2024-12-112024-12-11132e2502e250210.59927/sig.v13i2.121A atualidade na clínica psicanalítica
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<p>A prática clínica contemporânea nos confronta com notórias transformações nas modalidades de sofrimento psíquico que se apresentam sob o signo da “atualidade”. Não se trata apenas da incidência de condições de época sobre as subjetividades e seus desconfortos, mas de sofrimentos que revelam a emergência de modos severos de desligamento. A excitação psíquica desvinculada dos sistemas representacionais exige processos de simbolização e recomposição do tecido psíquico para favorecer formas mais bem-sucedidas de elaboração. Com base em uma série de vinhetas clínicas da análise de uma jovem, é proposta uma revisão metapsicológica dos processos psíquicos ligados à dor, ao trauma e ao luto, com o entendimento de que as intervenções de simbolização que são implantadas na estrutura do tratamento analítico podem promover a recaptura significativa do real e expandir a capacidade de metabolização e vinculação da estrutura egóica.</p>Facundo Blestcher
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2024-12-092024-12-09132e2505e250510.59927/sig.v13i2.126 O que se abriga quando abrigamos crianças?
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<p>Por meio do artigo, pretende-se compartilhar recortes da experiência de acolhimento realizada por um grupo de psicólogas junto a crianças e adolescentes em um abrigo criado em Porto Alegre durante as enchentes que assolaram o estado do Rio Grande do Sul em maio de 2024. Ao reconhecerem-se os efeitos potencialmente traumáticos das vivências que crianças, adolescentes e adultos enfrentaram perante a catástrofe climática, articulou-se um espaço de livre brincar. A partir da necessidade de abertura de espaços de elaboração e de simbolização do vivido pela via do brincar, bem como da construção de narrativas lúdicas e ficcionais que permitissem dar contorno ao sofrimento e à dor, optou-se pela construção de uma sala específica para o livre brincar, organizada a partir das doações de brinquedos, jogos, livros e materiais gráficos. Em meio ao trabalho, o grupo se deparou com diferentes repercussões psíquicas frente aos acontecimentos, assim como com o que foi descortinado pelas enchentes: o descaso e a exclusão social da população abrigada. A partir dos relatos e das brincadeiras, adentrou-se no universo daqueles indivíduos a fim de acompanhá-los no processo de elaboração não só daquilo que estava sendo vivido naquele dado momento, mas também de um histórico de privação de direitos que precedia esse acontecimento. Assim, diante da situação potencialmente traumática e do desamparo, amplificados pelas perdas de referências materiais e simbólicas, buscou-se estabelecer espaços protegidos, onde crianças, adolescentes e seus familiares pudessem encontrar amparo, bem como reencontrar e construir recursos que lhes permitissem enfrentar e atravessar os inúmeros efeitos e desafios apresentados durante o período crítico das enchentes.</p>Pâmela Soares BratkowskiJoanna Arcari RomeroLuiza Gaudie Ley BrunelliLaura Anelise Faccio Wottrich
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2024-12-092024-12-09132e2506e250610.59927/sig.v13i2.112Principio de nirvana e aptidão à linguagem
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<p>O trabalho sustenta, a partir do livro de 1920, <em>Além do princípio do prazer</em> e o artigo de 1924, <em>O problema econômico do masoquismo</em>, a hipótese de que o nirvana abriga uma aptidão à linguagem, essa que intervém para engendrar a pulsão, o prazer e o mundo psíquico. O autor tece, também, baseando-se no mito freudiano sobre a origem do homem nos livros de 1913 <em>Totem e Tabu</em> e de 1921 <em>Psicologia das massas e análise do eu</em>, uma hipótese sobre a origem do nirvana e sua aptidão à linguagem. Na parte final do trabalho há algumas considerações sobre o destino da linguagem na cultura atual.</p>Daniel Delouya
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2024-12-092024-12-09132e2507e250710.59927/sig.v13i2.120A melancolia, o ódio e o objeto
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<p>Vivemos um luto pela ruína de ideias culturais estimadas e reverenciadas até então e como resposta das subjetividades percebemos cada vez mais um estado de melancolização. Assim, a melancolia, desde formas mais severas até manifestações mais atenuadas, tem feito o dia a dia da clínica psicanalítica. O texto trabalha a melancolia desde o viés do ódio dirigido a um objeto primário carente de importância na vida psíquica do sujeito a quem ele denuncia pelo seu não olhar. Pretendo situar a problemática do ódio ao objeto primário em postulações freudianas e de André Green, dada sua fecundidade para uma reflexão sobre o tema da melancolia. Especialmente, entendo que a articulação entre o narcisismo e a pulsão de morte possibilita aberturas para uma compreensão das subjetividades melancólicas.</p>Sissi Vigil Castiel
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2024-12-092024-12-09132e2508e250810.59927/sig.v13i2.127O reconhecimento do trauma do racismo antinegro no Brasil
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<p>Proponho neste texto a leitura de que o racismo antinegro no Brasil é um trauma não reconhecido pela psicanálise. Com isso espero contribuir na provocação às diversas matrizes do pensamento psicanalítico a se repensarem para que haja o devido reconhecimento. Há estudos sobre racismo e psicanálise realizados por teóricas /os negras /os, psicanalistas ou não, que não têm o devido reconhecimento pela psicanálise brasileira. A temática do racismo tem se tornado mais presente na psicanálise, sobretudo nos últimos anos. Contudo, não basta abordar o tema, é importante (re) pensar <em>O COMO</em> para evitar que se reatualize o apagamento. Apresento as <em>mensagens enigmáticas de designação racista</em> enquanto resposta que elaborei acerca do incômodo com as perspectivas colonialistas que se mantém inalteradas ao abordar a realidade brasileira. Estas mensagens explicariam o processo de constituição do psiquismo - sedução e tradução/simbolização- enquanto racializado. As/os bebês receberiam de suas/ seus cuidadoras /res, desde o princípio da vida, tais mensagens pré-conscientes/conscientes comprometidas pelo racismo. Ao propor tal conceito trago a inovação de incorporar à sedução as designações raciais e a consequente constituição psíquica enquanto atravessada pelo racismo estrutural. Esta proposição se localiza a partir da Teoria da Sedução Generalizada e dos debates decoloniais e trabalha com os conceitos de <em>colonialismo</em>, <em>colonialidade</em>, <em>raça</em>, <em>racismo </em>e <em>branquitude</em>. Espero que esta abordagem do trauma possa contribuir com a luta antirracista, ofertando chaves de leitura para compreender e enfrentar as desigualdades raciais Espero também que auxilie a psicanálise a se entender como dispositivo da <em>colonialidade do poder, do saber e do ser </em>.</p>Thalita Rodrigues
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2024-12-112024-12-11132e2511e251110.59927/sig.v13i2.122