SIG Revista de Psicanálise https://ojs.sig.org.br/index.php/sig <p>A SIG Revista de Psicanálise é a publicação científica da Sigmund Freud Associação Psicanalítica, editada regularmente desde 2012. Nos formatos impresso e online, em duas edições anuais, publica artigos teórico e teórico-clínicos, ensaios, resenhas, traduções de artigos de autores estrangeiros e entrevistas no campo psicanalítico. Publica, ainda, textos voltados à interlocução entre a psicanálise e outros campos do saber, como filosofia, literatura, história e outras áreas ligadas ao estudo crítico da sociedade e da cultura. As propostas de publicação devem ser originais e inéditas no Brasil e serão recebidas em fluxo contínuo.</p> pt-BR revista@sig.org.br (Sigmund Freud Associação Psicanalítica) revista@sig.org.br (Sigmund Freud Associação Psicanalítica) Mon, 29 Apr 2024 00:00:00 -0300 OJS 3.3.0.9 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Editorial https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/95 <p>A cibercultura nos trouxe muitas vantagens, mas também muitos desafios. Houve grande impacto nas subjetividades contemporâneas a partir do aumento do tempo de uso de telas, da mediação da comunicação por aplicativos e da ação dos algoritmos como uma espécie de “lugar de saber”. Como não poderia deixar de ser, essas demandas tiveram implicações nas relações interpessoais e nas dinâmicas psíquicas.</p> Eneida Cardoso Braga, Luiza Tolardo Dal Conte , Andréa Bandeira Caldeira Mongeló , Felipe Szyszka Karasek , Gabriel Teitelbaum , Natacha Hennemann de Oliveira Becker Copyright (c) 2024 SIG Revista de Psicanálise https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/95 Mon, 15 Jul 2024 00:00:00 -0300 100 anos de O eu e o id https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/88 <p>O texto realiza uma releitura da obra freudiana O ego e o id por ocasião da comemoração dos 100 anos de sua publicação. A partir de uma articulação entre metapsicologia e clínica pretende-se enfatizar a relação entre as instâncias psíquicas com a pulsão de morte, Eros e narcisismo mesmo que este último não seja diretamente tratado aqui, por entender que esses elementos permitem pensar em possiblidades clínicas para as subjetividades com as quais nos deparamos na atualidade da clínica psicanalítica.</p> Sissi Castiel Copyright (c) 2024 SIG Revista de Psicanálise https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/88 Wed, 05 Jun 2024 00:00:00 -0300 Atualidade e potência de “O tempo do traumático” https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/86 <p>O livro “O tempo do traumático” de Felícia Knobloch, em sua segunda edição, ilustra a força e a atualidade de uma escrita nascida na sensibilidade clínica e na destreza da autora ao percorrer os caminhos da teoria e da técnica psicanalítica a respeito do traumático em psicanálise. Contando com aportes fundamentais da filosofia e da literatura, desenvolve sua leitura sobre o tempo do traumático sustentada nas contribuições de Sándor Ferenczi, brindando seu leitor com consistentes indagações sobre o trauma compreendido não só como acontecimento capaz de promover distintas formas de existência ao sujeito, mas também como recurso de repensar as significações dadas ao tempo.</p> Mônica Medeiros Kother Macedo Copyright (c) 2024 SIG Revista de Psicanálise https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/86 Mon, 01 Jul 2024 00:00:00 -0300 Colonialismo digital https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/82 <p>Essa resenha tem como objeto de interlocução o livro <em>Colonialismo digital: por uma crítica hacker-fanoniana,</em> de Deivison Faustino e Walter Lippold (2023). Nas páginas deste livro, potente e desafiador, vamos nos encontrar com a proposição de trazer para o debate público um tema até então negligenciado nos estudos coloniais digitais hegemônicos: sua relação com racismo. Afinal, como dizem os autores, não há capitalismo sem colonialismo e, não há colonialismo sem racismo. Racismo, em especial, o anti-negro. No decorrer da construção de suas ideias assinalam que não se trata de demonizar ou atacar o mundo informacional, mas sim, pensar como esse é utilizado para manutenção das ideologias de poder instauradas pelo capitalismo, ou ainda, o neoliberalismo. Os autores problematizam a lógica do colonialismo digital, com sua forma escravocrata contemporânea e buscam apontar caminhos para uma genuína emancipação dos povos subalternizados, em relação aos que detêm o controle da produção e execução do saber tecnológico, na sociedade informacional. Para viabilizar possíveis saídas deste cenário paradoxal e sinistro, recorrem ao pensar revolucionário de Fanon - o <em>canibalização anticolonial</em> - assimilação, transformação e criação; juntamente com o movimento do hacktivismo. Este que busca transgredir em busca do acesso e da construção de uma efetiva democratização que permita a tecnodiversidade.</p> Ignácio Alves Paim Filho Copyright (c) 2024 SIG Revista de Psicanálise https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/82 Wed, 05 Jun 2024 00:00:00 -0300 A dimensão maquínica do inconsciente em Freud https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/77 <p>O presente artigo busca explicitar o que chamamos de dimensão maquínica do inconsciente em Freud. Trata-se, entretanto, de uma máquina cujo funcionamento encontra limites e vacilações, pontos de insolubilidade que, segundo nossa hipótese, tornam evidente a tensa filiação freudiana aos ideais positivistas e mecanicistas dos quais é herdeiro. Ainda que fundamentalmente atravessado pelo discurso da ciência clássica, vemos em Freud um pensador o tempo todo questionado pelo singular de sua clínica, por aquilo que individualiza o funcionamento da máquina-inconsciente. Ao final, destacamos a noção de <em>tragédia</em> e a aproximamos do conceito de <em>pulsão</em> de forma a propor que o pulsional se manifesta tragicamente como a insistência do maquínico na vida cotidiana.</p> Luciano Mattuella Copyright (c) 2023 SIG Revista de Psicanálise https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/77 Wed, 22 May 2024 00:00:00 -0300 A Fenotipagem digital e a exclusão da causa em psicopatologia https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/85 <p>São identificadas inflexões no horizonte científico que produziram um campo de saber bioinformático, aproximando humanos e máquinas. Esse movimento fomenta a entrada de tecnologias digitais no campo da psicopatologia, como a fenotipagem digital. As descobertas oriundas dessas tecnologias, baseadas sobretudo em correlações entre dados gerados passivamente e transtornos mentais, mitigam o interesse sobre a causa desses transtornos. O campo da clínica, afetado pela subjetividade do clínico e do autorrelato do paciente, parece perder espaço para ferramentas diagnósticas digitais de alta precisão que podem monitorar ostensivamente o paciente, o que convoca a uma discussão de ordem ética e de interesse à psicanálise.</p> Vitor Hugo Triska Copyright (c) 2023 SIG Revista de Psicanálise https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/85 Sun, 26 May 2024 00:00:00 -0300 Psicanálise e ecologia https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/81 <p>A proposta do ensaio é redescobrir e re-situar-nos em relação à Terra e ao mundo mais-que-humano. No percurso, questionar saberes antropocêntricos e dualismos aprendidos que afastam os humanos do seu pertencimento ao mundo natural. As raízes comuns de Freud e da ecologia erótica de Weber na Fenomenologia da Natureza de Goethe tecem aproximações possíveis: a proposta é redescobrir-nos participantes e ligados em nossa identidade a esse mundo permeado de Eros. Com a escuta analítica “ampliada”, identificar possíveis “sons” dessa &nbsp;ligação: no levantamento do recalque deste pertencimento; na ressignificação da morte pela natureza; na identificação de um outro mal-estar; na polissemia da escuta ampliada na clínica; no espelhamento da natureza em situações de dor e desamparo; na descoberta do enraizamento de nossa fala e escuta analítica na vivacidade dos povos orais. O convite aos psicanalistas é para se deixarem sensibilizar e expor ao <em>unheimlich</em> e ao erótico da Terra, e a também co-laborarem para o predomínio de Eros sobre as forças destrutivas que ameaçam a todos.</p> Karin Kepler Wondracek Copyright (c) 2024 SIG Revista de Psicanálise https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/81 Mon, 15 Jul 2024 00:00:00 -0300 Nos confins do sujeito algorítmico https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/87 <p class="p1">A partir da emergência dos modos de relação contemporâneos entre usuários e mídias digitais e suas consequências para o entretenimento e cuidado em saúde mental, o presente artigo visa, como objetivo principal, desvelar essas interações a partir da análise política e psicanalítica lacaniana. Com uma metodologia nesta sustentada, as discussões erigidas decorrem dos efeitos subjetivos observados em fontes bibliográficas científicas, jornalísticas e informativas cuja temática concerne à inserção da tecnociência no circuito de demandas estruturadas a partir do sujeito. Como hipótese, estabelece-se a suposição de saber um eixo simbólico comum às interações estudadas. Como resultados da discussão, percebe-se que os mecanismos do capitalismo de vigilância em seu caráter antecipatório e personalizado contribuem para a eleger as plataformas digitais como um lugar de saber e promover a suposição de um sujeito algorítmico, ponto êxtimo que mantém-se a partir do ideal do eu do usuário e a partir do qual do qual repercutem os efeitos imaginários da transferência: a tapeação e o amor. Conclui-se que o lugar de onde a tecnologia responde às demandas do sujeito não permite o manejo da transferência como artifício para o tratamento e constitui o meio pelo qual o sujeito enreda-se ao algoritmo.</p> Gabriel Inticher Binkowski, Vinícius Fantini Marques Roja Copyright (c) 2024 SIG Revista de Psicanálise https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/87 Wed, 05 Jun 2024 00:00:00 -0300 Notas sobre a produção de subjetividade e modelagens algorítmicas da vida https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/75 <p>Este ensaio faz parte de uma pesquisa ainda em desenvolvimento, no campo híbrido da psicologia social e tecnologias digitais, e pretende fazer uma relação transdisciplinar com a psicanálise ao colocar em análise os modos como temos nos relacionado com interfaces de IA, problematizando a produção de subjetividades contemporâneas, a cafetinagem do desejo (ROLNIK, 2018) e as possibilidades encontradas a partir do paradigma da tecnodiversidade (HUI, 2020). Uma investigação que se ocupe do paradigma proposto como tecnodiversidade se atenta a outros modos de saber-fazer tecnológico, não limitado apenas a dimensão antropocêntrica e seus sistemas de dominação hegemonicamente instituídos, mas propõe agenciamentos com outras perspectivas de significar os encontros entre a moral e a técnica, abrindo condições de possibilidade para a expressão de cosmotécnicas que possam visibilizar outros campos de força e forma como resistência a pasteurização da vida. Descafetinar o desejo que anseia pela hiperconectividade e goza com a aceleração do tempo tem a ver com as possibilidades de resistência ao que tem sido programado, mas também, composição com os algoritmos. Se o modo como eles têm perpetrado as relações ainda configura-se como prática de consumo que demanda conexão com o ‘novo’ ou instantâneo permanentemente, torna-se importante destacar que o modo como nos permitimos ser afetados pelos encontros com as máquinas e suas propostas é também um modo de (re)posionamento diante da tecnologia.</p> Camila Pereira Alves, Vanessa Soares Maurente Copyright (c) 2024 SIG Revista de Psicanálise https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/75 Mon, 01 Jul 2024 00:00:00 -0300 Nos ritmos do funk https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/63 <p>O <em>funk</em> tem proporcionado sociabilidade e vasta produção de significantes, entre as juventudes periféricas, ao envolver variadas dimensões da vida desses sujeitos, como as subjetividades, os processos de reconhecimento e seus desdobramentos. Neste artigo, apresentam-se algumas reflexões sobre a relação entre as juventudes periféricas e o <em>funk</em>, a partir de um caminho metodológico bibliográfico interdisciplinar, considerando também a vivência de escuta musical do autor sobre esses/as jovens. Evidencia-se que as juventudes periféricas reivindicam a sua existência por meio dos bailes, manifestam seus desejos, e denunciam a ausência de direitos, o que leva muitos a serem criminalizados.</p> Daniel Péricles Arruda Copyright (c) 2024 SIG Revista de Psicanálise https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/63 Wed, 05 Jun 2024 00:00:00 -0300 Entrevista com Elida Ganoza https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/93 <p>O eixo-temático do presente número da SIG Revista é “psicanálise e tecnodiversidade”. Em torno desse tema reunimos textos que articulam as relações entre psicanálise, tecnologia, inteligências artificiais e a cibercultura, que impactam os campos social e político nos últimos anos. A partir disso, convidamos Elida Ganoza, psicanalista em Lima, membro da Associação Mundial de Psicanálise (AMP) e da Nueva Escuela Lacaniana del Campo Freudiano para compartilhar as suas ideias com a SIG Revista.</p> Elida Ganoza Copyright (c) 2024 SIG Revista de Psicanálise https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 https://ojs.sig.org.br/index.php/sig/article/view/93 Wed, 05 Jun 2024 00:00:00 -0300