Travessias no tempo
60 anos do golpe civil-militar, qual a potência do testemunho na cena analítica e na pública?
DOI:
https://doi.org/10.59927/sig.v13i1.101Palavras-chave:
violência de Estado, trauma, memóriaResumo
A colonização, a escravidão, as assombrosas experiências de destruição provocadas pelas guerras mundiais e regionais e as terríveis ditaduras civil-militares na América Latina revelam o maquinário de crueldade na cena pública e o trauma se inscreve como um fenômeno de massa e marca de nossa cultura. Este trabalho traz a ideia de que o testemunho tem sido um instrumento importante na construção de memórias, revelando-se um operador de novos sentidos na clínica e uma ferramenta que ilumina a verdade na cena pública. Restituir memória, pensamento, conhecimento, direito à fala, são formas inequívocas de resistência. Em cada narrativa testemunhal desponta um sujeito singular que se produz na diferença do que foi e do virá a ser.
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