Entre mãe e filha

efeitos de relações simbióticas na subjetivação feminina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59927/sig.v14i2.135

Palavras-chave:

Relação mãe e filha, Relação simbiótica, Feminilidade

Resumo

O presente artigo propõe-se a lançar luz sobre a temática das relações simbióticas entre mães e suas filhas meninas, compreendendo como ocorre, nesses casos, o processo de a filha tornar-se mulher. A pesquisa utiliza-se de uma metodologia qualitativa e empírica, além de uma análise audiovisual, com uma interpretação a partir da análise fílmica psicanalítica. Esse tema é discutido teoricamente a partir de cenas apresentadas nos filmes Cisne negro, Carrie, a estranha e Red: crescer é uma fera. A partir disso, conclui-se que a travessia da menina para mulher é dificultada quando há excesso de presença materna e que o caminho para se tornar mulher é singular em cada caso.

Biografia do Autor

Geórgia Fiori, ESIPP

Psicóloga graduada pela PUCRS. Membro associado ao ESIPP

Carolina Neumann de Barros Falcão, Sigmund Freud Associação Psicanalítica

Psicanalista. Psicóloga e Doutora em Psicologia pela PUCRS. Professora Adjunta do Curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Membro efetivo da Sigmund Freud Associação Psicanalítica. 

Referências

ALVES, L. M. S. A. O cinema como fonte investigativa para compreensão da infância: o uso de recursos audiovisuais no ensino de psicologia. InterEspaço: Revista de Geografia e Interdisciplinaridade, v. 3, n. 10, p. 35–56, 2017.

CARRIE, A ESTRANHA. Direção: Brian De Palma. Produção: Paul Monash. Estados Unidos: United Artists, 1976. Filme.

CISNE NEGRO. Direção: Darren Aronofsky. Produção: Scott Franklin, Mike Medavoy, Arnold Messer, Brian Oliver. Estados Unidos: 20th Century Studios, 2010. Filme.

CHATERLAD, D. S.; CERQUEIRA, A. C. O conceito de simbiose em psicanálise: uma revisão de literatura. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, v. 18, n. 2, p. 257–271, 2015.

CRAMER, B. Segredos femininos: de mãe para filha. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

FREUD, S. O inquietante. In: ______. Obras completas: História de uma neurose infantil (“O homem dos lobos”), Além do princípio do prazer e outros textos (1917-1920). Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 1–56. (Original publicado em 1919).

FREUD, S. O declínio do complexo de Édipo. In: ______. Obras incompletas de Sigmund Freud: Neurose, psicose e perversão. Tradução de Maria Rita S. Moraes. São Paulo: Autêntica, 2018. p. 1–10. (Original publicado em 1924).

GONZÁLES REY, F. Pesquisa qualitativa em psicologia: caminhos e desafios. São Paulo: Pioneira, 2002.

HAUSEN, D. C. Cinema e psicanálise: o conceito de castração em transversal. Porto Alegre: Movimento, 2013.

KHEL, M. R. Deslocamentos do feminino. 2. ed. Rio de Janeiro: Imago, 2008.

KUSS, Ana Suy Sesarino. Não pise no meu vazio. São Paulo: Patuá, 2017.

LISONDO, A. D. Na simbiose patológica, uma concha autística para dois: na psicanálise, nasce o ser e a linguagem. In: GRAÑA, R.; PIVA, A. (Orgs.). Atualidade da psicanálise de crianças: perspectivas para um novo século. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001. p. 1–20.

MACEDO, M. M. K.; GOBBI, A. S. (Orgs.). Adolescência e psicanálise: intersecções possíveis. 2. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.

MACIEL, R. A.; ROSEMBURG, C. P. A relação mãe-bebê e a estruturação da personalidade. Saúde e Sociedade, v. 15, n. 2, p. 96–112, 2006.

MAHLER, M. O nascimento psicológico da criança: simbiose e individuação. Rio de Janeiro: Zahar, 1977. (Original publicado em 1975).

MEIRA, A. C. S. Histórias de captura: investimentos mortíferos nas relações mãe e filha. São Paulo: Blucher, 2021.

RED: CRESCER É UMA FERA. Direção: Domee Shi. Produção: Lindsey Collins. Estados Unidos: Walt Disney Studios, 2022. Filme.

SISSON, Nathalia; WINOGRAD, Monah. Bachelard e Freud: fenomenotécnica e psicanálise. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 64, n. 3, p. 146-162, dez. 2012. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672012000300010&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 31 dez. 2024.

SUMMERS, F.; WALSH, F. The nature of the symbiotic bond between mother and schizophrenic. American Journal of Orthopsychiatry, v. 47, n. 3, p. 84–494, 1977.

TESONE, J. E. Da língua da mãe à língua materna ou como construir sua língua. Revista Brasileira de Psicanálise, v. 40, n. 2, p. 124–143, 2006.

WEINMANN, A. D. O. Sobre a análise fílmica psicanalítica. Revista Subjetividades, v. 17, n. 1, p. 1–11, 2017.

WINNICOTT, D. W. Preocupação materna primária. In: ______. Textos selecionados: da pediatria à psicanálise. 3. ed. Tradução de Jayme Russo. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988. p. 491–498. (Original publicado em 1956).

WINNICOTT, D. W. A família e o desenvolvimento individual. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. (Original publicado em 1965).

WINNICOTT, D. W. Os bebês e suas mães. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

ZALCBERG, M. A relação mãe e filha. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

ZALCBERG, M. Amor paixão feminina. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

ZALCBERG, M. De menina a mulher: cenas da elaboração da feminilidade no cinema e na psicanálise. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2019.

Downloads

Publicado

22-09-2025

Edição

Seção

Artigos