Marcas do masoquismo originário e da passividade à luz da teoria da sedução generalizada de Laplanche
DOI:
https://doi.org/10.59927/sig.v14i2.141Palavras-chave:
masoquismo originário, passividade, teoria da sedução generalizada, sexualidade, LaplancheResumo
A teoria da sedução generalizada proposta por Laplanche aborda a constituição do psiquismo tendo como ponto de partida a prioridade do outro adulto que no manejo do autoconservativo, nas trocas de fralda, no banho, no fazer dormir e no dar o leite encharca a cria humana de sua sexualidade inconsciente por via de mensagens enigmáticas, verbais ou não-verbais. As mensagens enigmáticas podem ter qualidade de implantação que viabiliza o processo de tradução, simbolização e construção de sentido no psiquismo do bebê e/ou de intromissão cuja característica é de violência, rigidez e imposição e submetimento. A incipiência do psiquismo do bebê ao receber a sexualidade do outro adulto coloca a cria humana em uma posição de passividade e masoquismo originário, universal a todos e constitutiva. O objetivo deste trabalho é interligar e desenvolver os conceitos teóricos e ilustrá-los através de vinhetas de um caso clínico para promoção de debate e exercício teórico clínico. Além disso, esta escrita tem a finalidade de pensar como ocorre a constituição psíquica em casos de fronteira com correntes masoquistas, de que forma as mensagens não traduzidas circulam dentro do psiquismo e, por fim, como se apresentam na atualidade da vida adulta. Compreende-se que um psiquismo invadido por mensagens sexuais enigmáticas encharcadas por violência, agressividade e traumatismos, terá obstáculos para traduzir estas mensagens e simbolizá-las, promovendo empobrecimento do Eu e um aparelho psíquico contaminado pelo intraduzível e o desligado, com maior possibilidade de repetição do que criação.Referências
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