A multimodalidade da linguagem na clínica psicanalítica do bebê
estudo de caso e microanálise
DOI:
https://doi.org/10.59927/sig.v14i2.169Palavras-chave:
Clínica psicanalítica, Bebê, Pulsão, Caso clínico, Interações iniciaisResumo
Esta pesquisa faz se inscreve na clínica psicanalítica do bebê e explora o papel do campo tátil na construção psíquica inicial. Baseado no caso de Luca, um bebê de seis meses, que chega através de demanda espontânea, cujos pais estavam preocupados com a ausência de olhar do filho. O objetivo é questionar a forma como o toque pode se tornar um vetor de interação e conexão com o outro dentro do processo terapêutico. Nossa reflexão se baseia na teoria das pulsões de Freud (Freud, 1915) e na noção de circuito de pulsão desenvolvida em particular por Lacan (1964) e Laznik (2000), bem como na reflexão de Couvert (2018) sobre o campo tátil como campo pulsional. A microanálise de dois vídeos de sequências de sessões foi analisada usando o software ELAN, a fim de objetivar as interações motoras, táteis e visuais do bebê com sua mãe e o analista. Os resultados evidenciam uma evolução em suas interações, cada vez mais orientadas para o outro, bem como um vínculo em construção com a mãe. O estudo também destaca a importância de os profissionais ampliarem a escuta das formas de comunicação não verbal do bebê, especialmente o toque. Ao reconhecer o tátil como uma das modalidades de interação do bebê, este trabalho destaca a possibilidade de intervir junto aos bebês em sofrimento e apoiar seu processo de subjetivação em uma perspectiva de devir e não de causalidade.
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