ALTERIDADE E ALTERIZAÇÕES NA ESCUTA PSICANALÍTICA DAS DISSIDÊNCIAS SEXUAIS
DOI:
https://doi.org/10.59927/sig.v10i2.43Resumo
Problematizar o tema da alteridade nas diversidades de gênero diz respeito a questionar a escuta psicanalítica em seu alcance e, sobretudo, em seus limites. Nesta direção, pode-se pensar uma psicanálise implicada politicamente, desconstruindo cânones e fazendo trabalhar a teoria e a escuta de forma a constituir uma clínica psicanalítica pós-patriarcal, pós-heteronormativa e pós-colonial. Nesta reflexão, propõe-se a articular a temática da alteridade nos grupos minoritários e, mais especificamente, nas dissidências sexuais, por meio da ideia do analista estrangeiro e suas condições de escuta. Para tanto, trabalha-se o lugar do gênero e do sexual na psicanálise, além da necessária articulação do intrapsíquico com a produção de subjetividade, permitindo romper com a ideia de que a psicanálise trabalha com um inconsciente atemporal, amoral e a-histórico. De fato, não há elemento psíquico que não seja atravessado por determinações sócio-históricas e por dispositivos discursivos. Neste cenário, cabe o questionamento crítico acerca das normas e dos dispositivos discursivos que regulam nossa forma de compreender e interpretar o mundo psíquico e seus fenômenos, o que inclui as condições de escuta do psicanalista. Reflete-se, por fim, acerca do fenômeno da alterização na escuta psicanalítica e sua implicação política na psicanálise.
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