ALTERIDADE E ALTERIZAÇÕES NA ESCUTA PSICANALÍTICA DAS DISSIDÊNCIAS SEXUAIS

Autores

  • Carolina Neumann de Barros Falcão

DOI:

https://doi.org/10.59927/sig.v10i2.43

Resumo

Problematizar o tema da alteridade nas diversidades de gênero diz respeito a questionar a escuta psicanalítica em seu alcance e, sobretudo, em seus limites. Nesta direção, pode-se pensar uma psicanálise implicada politicamente, desconstruindo cânones e fazendo trabalhar a teoria e a escuta de forma a constituir uma clínica psicanalítica pós-patriarcal, pós-heteronormativa e pós-colonial. Nesta reflexão, propõe-se a articular a temática da alteridade nos grupos minoritários e, mais especificamente, nas dissidências sexuais, por meio da ideia do analista estrangeiro e suas condições de escuta. Para tanto, trabalha-se o lugar do gênero e do sexual na psicanálise, além da necessária articulação do intrapsíquico com a produção de subjetividade, permitindo romper com a ideia de que a psicanálise trabalha com um inconsciente atemporal, amoral e a-histórico. De fato, não há elemento psíquico que não seja atravessado por determinações sócio-históricas e por dispositivos discursivos. Neste cenário, cabe o questionamento crítico acerca das normas e dos dispositivos discursivos que regulam nossa forma de compreender e interpretar o mundo psíquico e seus fenômenos, o que inclui as condições de escuta do psicanalista. Reflete-se, por fim, acerca do fenômeno da alterização na escuta psicanalítica e sua implicação política na psicanálise.

Biografia do Autor

Carolina Neumann de Barros Falcão

Psicóloga (PUCRS). Psicanalista (SIG). Doutora em Psicologia (PUCRS). Professora Adjunta do Curso de Psicologia da PUCRS, Cocoordenadora do Laboratório de Sexualidade, Gênero e Psicanálise.

Downloads

Publicado

27-09-2023

Edição

Seção

Em pauta