Nos ritmos do funk

juventudes periféricas e subjetividades

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59927/sig.v12i2.63

Palavras-chave:

Arte, Funk, Juventudes periféricas, Reconhecimento, Subjetividades

Resumo

O funk tem proporcionado sociabilidade e vasta produção de significantes, entre as juventudes periféricas, ao envolver variadas dimensões da vida desses sujeitos, como as subjetividades, os processos de reconhecimento e seus desdobramentos. Neste artigo, apresentam-se algumas reflexões sobre a relação entre as juventudes periféricas e o funk, a partir de um caminho metodológico bibliográfico interdisciplinar, considerando também a vivência de escuta musical do autor sobre esses/as jovens. Evidencia-se que as juventudes periféricas reivindicam a sua existência por meio dos bailes, manifestam seus desejos, e denunciam a ausência de direitos, o que leva muitos a serem criminalizados.

Biografia do Autor

Daniel Péricles Arruda, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Pós-doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); doutor em Serviço Social pela PUC-SP e mestre em Serviço Social (bolsista do Ford Foundation International Fellowships Program, turma de 2010) pela PUC-SP. Tem especialização Multiprofissional em Saúde Mental e Psiquiatria pela Escola de Educação Permanente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (EEP/HCFM/USP) e em Arte-Educação pelo Centro Universitário Senac. É graduado em Serviço Social pela PUC-Minas. Em formação em Psicanálise no Instituto Langage. Professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus Baixada Santista, vinculado ao curso de graduação em Serviço Social, ao Departamento de Saúde, Educação e Sociedade (DSES), coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Vivências Artísticas, Culturais e Periféricas; e integrante no Núcleo de Estudos em Filosofia e Psicanálise (NEFIPS). É arte-educa(a)dor, rapper e poeta conhecido como Vulgo Elemento.

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Publicado

05-06-2024

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Artigos