A Fenotipagem digital e a exclusão da causa em psicopatologia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59927/sig.v12i2.85

Palavras-chave:

fenotipagem digital, psicopatologia, psicanálise

Resumo

São identificadas inflexões no horizonte científico que produziram um campo de saber bioinformático, aproximando humanos e máquinas. Esse movimento fomenta a entrada de tecnologias digitais no campo da psicopatologia, como a fenotipagem digital. As descobertas oriundas dessas tecnologias, baseadas sobretudo em correlações entre dados gerados passivamente e transtornos mentais, mitigam o interesse sobre a causa desses transtornos. O campo da clínica, afetado pela subjetividade do clínico e do autorrelato do paciente, parece perder espaço para ferramentas diagnósticas digitais de alta precisão que podem monitorar ostensivamente o paciente, o que convoca a uma discussão de ordem ética e de interesse à psicanálise.

Biografia do Autor

Vitor Hugo Triska, APPOA

Psicanalista. Psicólogo (UFRGS). Mestre e doutor em Psicologia Social e Institucional (UFRGS). Realizou pós-doutorado no PPG em Psicanálise: Clínica e Cultura (UFRGS). Foi professor substituto no Instituto de Psicologia da UFRGS (2021-22) e professor colaborador em cursos de pós-graduação em Psicanálise (lato senso). Membro da APPOA - Associação Psicanalítica de Porto Alegre.

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22-05-2024 — Atualizado em 26-05-2024

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